quinta-feira, 22 de julho de 2010

Espelho.

É uma conspiração. Existe apenas um milagre aqui.
Tristeza profunda, cheia de ramos.
Tudo que eu costumava sentir, se torna tão real.
O respirar já extingue, desmoronando em pétalas arrancadas.
Olhando para estes túmulos, e todo o abuso que eles passaram, eu olho para mim mesma. Eu compreendo.
Meus olhos desenharam um futuro, abrindo azas corroídas. Eu ainda vejo o céu chorando.
Eu não sinto nada.
Nesta escuridão, onde tudo é impuro, suba alto.
Minta tão belamente, encapado pelo prazer, luxúria e insegurança.
É tão vazio, ninguém nunca acreditou mesmo.
O que aconteceram com meus olhos?
Nos confins do inferno, eu procuro um lugar para morrer.
Nossos corpos pútridos jogados no assoalho.
Você vai dizer que tinha uma arma na minha cabeça.
Por que tudo que eu gostaria de sentir virou pólvora, queimando com incontáveis segundos de existência limitada.
O infinito nunca pareceu tão curto, tão longo.
Eu posso vir desfeita.
Tanto quanto eu tento esconder minhas feridas, eu vou arranhando um pouco. Manchando tudo de rubro. Pelo meu amor é para sempre.
Abusivamente.
É melhor fazer agora, ou nunca.
Eu não conseguirei fazer isto para sempre. Sempre, sempre, sempre, sempre e sempre.
isso te lembra alguma coisa?
Gritei de novo no céu noturno, para me alcançar.
Flor de neve. Pó de coração.
Eu continuarei a andar sobre estes cadáveres, até que eu venha falecer.
Apenas o murmúrio do réquiem me impediu de lhe ferir.
Me afogo em prazeres frios, nestes braços.
O vento distante, transbordando algum sentimento, eu continuo clamando por alguma coisa. Ninguém pode me culpar mais.
Não consigo dizer estas palavras.
Continuo rezando, oscilando, tremendo, enquanto olho as árvores se inclinarem.
Consegue entender?
As últimas palavras que você me deu, até agora, continue lamentando aqui. Tendo decidido não afligir estas lágrimas, eu apaguei tudo.
Erguendo os olhos, o céu parece tão tranqüilo, adeus para sempre. Não é preciso mais chorar.

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