quarta-feira, 30 de junho de 2010

Contagem.

Polvora. Chamas. Serpente de fumaça.
Você tem que pensar. Não consegue.
Meu tudo. Meu nada.
Dez minutos. Um segundo. Decida-se.

Não.

Você pode entender? Ou está apenas sendo cética?
O que você quer? Menina dos olhos de vidro, cinderela, cristal sempre se quebra.
Meia noite, nunca é suficiente para uma ultima dança.

Você é tão bonita, não é? Você é tão perfeita.
Perfeitamente distorcida, isso que eu acho.
Todas as pessoas que andam, elas não podem ver.

Azul, verde, amarelo, branco. Eu cansei do preto, agora eu quero vermelho.
Sangue escorrendo, a mostra, eles arrancam seus gemidos.

Faz sentido? Eu acho que não.
Minha pequena putinha.

Acredito.

Disse.

Amarrada. Enforcada. Afogada.
Feridas, abertas, ensangüentadas. Nada.

Antes do gelo, antes que a geada caia. Antes que amanheça.
Me mostre estas cicatrizes, de baixo das mangas, entre os punhos
Entre seu coração.

Meu. Seu. Nosso.
Não é ela, sou eu, não é você é o jeito que você se move.
Não são suas palavras, são seus olhos.
Se seu corpo combinasse, você pareceria mais alegre.

Boca, língua, folhas rasgadas. Milhares.
Vento, veneno, crianças. Ecos.
Você jogou sua morte em mim.
Disse exatamente.
Tudo.

Agora faz mais sentindo.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Tudo. Nada.

Não é o preço que irá te custar, mas a forma como isso irá te deixar para baixo.
Você tem todos convencidos, mas eu te conheço tão bem.
Lugares onde estamos e lugares que encontraremos. Existem coisas que você deveria saber.
Quando você ficar mais velho, irá entender.
Desenhado com vômito, nós confiamos em todos, nós não confiamos em ninguém.
Eu nunca vou.
Perfeitamente entre uma linha e outra, segurando este mundo. Obtuso, quando nós morremos nós começamos a entender.
Existem prisões piores do que a morte.
Estrelas. Queda livre. Amor. Ódio. Segurando, segurando, segurando.
Quando você ficar mais velho, irá entender.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Suicídio

Dezesseis comprimidos. Eu tremo levemente, sem perceber.
Estou cansada.
Esta conflagração é bela, páginas em chamas. Um diário aberto. Eu irei morrer antes que alguém leia estas palavras.
Queimando nas cinzas negras, tão intensamente vazias, violentamente perigosas. A morte é minha honra.
“É uma surpresa”
“Mas é ruim?”
“Eu acho que você irá gostar”
Eu sorverei todos os nossos pecados.
Não posso mais perdoar, isso é uma punição. Eu me responsabilizo por todos os meus feitos.
Todos vocês, não desejam isso? Vai ser tão bom.
Coloco um atrás do outro. Será que eu irei morrer? Estou queimando em granizo.
É isso, eu apenas irei fechar meus olhos.
Adeus.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Vidro.

O tempo se esvai a cada passo em sua direção. Se eu correr de volta, posso esconder tudo isso.
A partir do momento que eu admitir, isso se tornará verdade.
Quanto tempo vai levar para que isso destrua minha mente?
Eu não quero mais. Pode quebrar, como se fosse vidro, e dos cacos, faça diamantes. Meu coração é mais bem usado assim.
Eu não preciso disso. O abismo é um alivio. Não olhe parar mim, eu estou implorando para que não me incinere.
Eu acredito no amor, e em todo o tempo que eu passei olhando pelos cantos, mas...
A cada passo de eu dou, eu paro de respirar. O sangue não para de escorrer, mesmo sem os cortes, eu estou rasgando.
Eu estava bem, e eu quase consegui. Por que tem que doer?
Novamente, apunhale meu coração. Isso acabou.
Esse coração feito de vidro, bate forte enquanto se racha, seus cacos chovem sem fim. Ainda há pulsação nesses pequenos pedaços que caem.
É dolorido pensar nos dias em que eu estive aqui.
Sem você, eu teria ido muito mais longe...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Primeira Vez.

As arvores eram sombras diante dos meus olhos, o gosto amargo do vento batia sobre meu rosto. Meus pés balançavam, o all star branco estava sujo. Minhas lágrimas escorriam pelas minhas vísceras. O amor destruído serpenteava sobre meus dedos. Uma arma de brinquedo na minha mão.
Sua blusa branca e sua bermuda preta. Eu enrolei meus dedos nos dele. Era tão frio.
Feliz aniversário.
Ele tomou minha mão.
Um beijo roubado entre as ruas movimentadas da cidade. Eu tremia tanto que acabei mordendo minha língua.
Agora sinto o gosto da morte, o tênue gosto de halls preto que estava na sua boca. Tão doce quanto as ultimas palavras ditas.
Morrer não dói. Os humanos machucam.

Apodreça.

Nosso valor coberto de injúrias. As palavras que machucam, cortam nossas línguas, congelam entre nossas bocas.
Não tem sentido esconder toda essa dor. Eu sinto, você sente. Eu não me arrependo de nada.
Estou próxima de encostar minhas mãos nestas cicatrizes.
Eu desejei encontrar todo meu mundo dentro de um sorriso. Mas não percebi que ele era apenas uma alucinação. Um sonho que transborda pelos meus pulsos.
Pode me escavar o quanto quiser. Pode lamber minha clavícula e enfiar a espada entre meus gemidos de dor.
Abraçando meu corpo, você nunca parou para escutar minhas palavras.
Minha voz está tão morta quanto tudo que eu deveria sentir. Oscilando entre o meio fio e seu corpo, eu dou a volta escondendo meus lábios.
Agora isso se repete.
Tocando como uma musica invertida, todas as mensagem que eu mandei, você cuspiu no meu retrato, e eu ateei fogo em todas as minhas cartas.
Demônios trancados dentro do meu armário. Milhares de moscas saem quando você abre a sua boca.
Manto negro de maldições, sobre esta testemunha eu juro que aqui está o fim. Meu apocalipse se debate entre algumas quadras de distancia. Eu nunca disse que o meu era incontável.
Eu posso dividir estas palavras em silabas, posso dividir você em quatro pedaços. Dois que eu amo, dois que eu odeio.
Ah, isso precisa ir.
Desapareça, rasgue, se enforque. Nos meus sonhos você estava morto.
Apodreça dentro do meu coração.