sábado, 18 de setembro de 2010

Romance Eterno

Apodrecendo. Você quer fazer uma história... de amor?
Anda pela noite, não mede os passos. Cai, infinitamente... como naquela manhã.
Esquece, apaga, limpa tua boca, tão suja. Tantas mentiras, uma mariposa entre borboletas.
Dança comigo.
Rodopie, nesta magia superficial. Gira, segura minha cintura, o cheiro do novo nas lápides antigas.
Os planos selecionados, o acaso nos olhos. A mascara no chão de mogno.
Luzes foscas a nossa volta, esta voz fraca faz melodia. Não pode ver na sala abarrotada.
É sozinho. Sozinho. Sozinho, sozinho.
Engana com falsas lembranças. Esta tela não traz nada. Imagens borradas o sangue na boca, o beijo final, o ultimo grito, ultimo suspiro.
É tão tarde meu bem. Para que esperar por alguém? Estes olhos que querem mas nunca arriscam.
A esquina e a floresta, as flores e os prédios. Tuas lágrimas e teu reflexo. O par para ultima dança.
Estes casais são todos parecidos. Quem sobe os degraus e inclina na sacada... As penas brancas no travesseiro. O cabelo macio, a voz baixa, calculada.
Eu te amo...?
Entra na noite comigo, vaga por estes pesadelos que se tornam tão macios. Não desperdiça a escuridão. Voando pelo céu. As estrelas estouram como bolhas de sabão.
Queremos cruzar estes caminhos. Eu apenas não sei como chegar perto.
A respiração tão pesada, nas celas de porcelana. Boneca quebrada.
Teus sonhos caem como chuva, descendo em uma cidade pequena. A neve derrete, os hospitais se fecham, este manicômio é apenas teu.
Deveriam ter prestado atenção nas linhas enquanto subiam a escada. Pode fingir o quanto quiser, mas a noite eles sempre voltam.
Os retratos na parede, no sótão abandonado, limpa as lágrimas, queima as memórias. Eu incendiei a fotografia.
Corredores que se abrem, as portas cerradas, o isqueiro na mão. Vamos encontrar aquela brecha. Quando se cai tão rápido, as mentiras são boas.
Mas, afinal, quem vai estar até seu ultimo suspiro.

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