sábado, 12 de março de 2011

Me diga.

Eu estou tomando comprimidos de mais, colocando balas do revolver na boca. Mas se você quer tanto assim, pode tê-la.
Segure bem estas palavras, por que eu estou suspensa no tempo. Eu arranco estas flores para por dentro de uma cova.
Eu não posso fazer nada sobre isso. Apenas continue com o cinismo.
Você sabe, eu vou derramar pelos seus dentes como sangue. Venha comigo agora, você viria de qualquer jeito.
Você quer lamber estas lágrimas de ácido entre meus joelhos? Eu estou apta para te divertir.
Fure minha língua, você deveria ter ficado em casa, eu deveria conhecer melhor. Me diga, qual é o meu gosto.
Eu não vou recuar, por ninguém.
Apenas um arrependimento. Quando você me ver chegando, é melhor olhar para baixo. Eu não poupo respirações.
Tão denso quanto o oceano. Minhas veias estão cheias de cristais de açúcar. Eu me despejo entre mãos quentes.
Mate, recue, cuspa.
Abrace esta voz na sua cabeça. Tente.
Em noites vazias, eu sou todo o universo colidindo. Eu sou o pequeno pecado. O vazio tão encantador que você procura.
Escave meu corpo, descubra meus ossos. Você arranhou meus braços enquanto puxava o gatilho.
Não é triste, é apenas apático.
Você disse que está com vontade de mim. Me mandou abrir a porta no meio da noite. Mas eu não sou um corpo caído no quarto do motel.
Ninguém pode abraçar minha silhueta congelada. Existem buracos maiores dentro de mim.
Viva isso, anule, dissolva, nesta xícara com água morna. 
Continue correndo. Atravesse meu coração, até nunca acabar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário