sábado, 28 de dezembro de 2013

Última nota.

Antes de dizer adeus, vou me despedir deste lugar tão especial. Este, em primeiro lugar foi meu primeiro blog.
Meu estômago se amarra e as lágrimas rolam ao lembrar das boas lembranças. E Deus sabe do que estou falando. Aqui foi a partida de algo muito importante na minha vida, e ao deixar para trás, eu deixo para trás tudo aquilo que carrego comigo.
Ao abandonar este blog, não abandono apenas meus antigos pensamentos, mas abandono um pedaço de mim, um caco que fazia parte deste coração tão incompleto.
Cristiano as primeiras poesias foram para ti. Arthur eu não posso contar a quantidade de palavras que foram escritas aqui acalentadas pelo sentimento incontável que eu tinha por você. Paulo, meu amigo e namorado. Você foi meu porto seguro, minha rota para casa. Lembro de quando ficávamos sentados naquela cerca olhando o céu imenso sobre nós. Sempre foi fácil conversar contigo, e por isso vários poemas meus também são seus.
Agora eu fecho este lugar. Como um baú que talvez venha a ser aberto daqui há muitos anos. Mas que por hora, será esquecido no sótão da alma.

Acabou.

A partir de hoje não vou mais postar no meu blog.
Acabou.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Palavra-Chave.

Escrevo-te hoje, nestas linhas errantes, não para dizer que eu ainda o odeio, apenas para perguntar, como você se sente, como deita a cabeça a noite, se dorme bem, e talvez, por que veio a saudade de tempos onde só se precisavam simples palavras de amor.
Espero que desculpes os meus erros, se eu preciso somente de gentileza para secar minhas lágrimas, ou se eu fui dura de mais com minhas palavras. Mas você esteve lá quando eu chorava, e os dias passaram frios.
Minha mãe nunca esteve presente, e meu pai ama mais os sonhos que tem para mim, do que a mim mesma, e ninguém me mostrou como retornar amor, e isso queima.Nas calçadas da cidade, com uma flor retirada do parque, esperando uma morte solitária, eu desço as ruas esperando seus olhos encontrarem os meus. Talvez tu não os leia, mas quem sabe até recordará das memórias pálidas, e se lembrar que ainda vivo.Eu sei que me machucou, sei dos rumores que espalhou sobre mim, das palavras cruéis, do sexo de punição e da humilhação que me causou. Mas ainda assim, me pergunto, por que eu ainda não acredito que tudo isso aconteceu? Provavelmente isso seja apenas uma memória perdida de quando eu achava que sabia quem você era.Eu recordo bem os dias onde você era tudo para mim, e eu gastei tantos anos tentando me proteger, que agora eu estou escrevendo para dizer que não dói mais.Eu sei que em meus sonhos eu me vejo sozinha no pátio da escola, na sacada, na sala vazia onde você disse que me amava, nossos lugares “especiais”, esperando por você, eternamente esperando por você.Também sei que eu já estou envolta em minha cúpula de solidão, e também confesso que você fez coisas terríveis, coisas que, infelizmente, não sei como perdoar. Então o que me importa não é mais mudar isso, é apenas lavar as mãos, e pensar em como foi tudo tão errado.E finalmente, eu prefiro acreditar que li no teu olhar, o último suspiro do que eu sonhava. Agora, me sinto tão estúpida e tola, por que eu não sei mais a que altura isso me leva e guardo a impressão que um milagre acabaria comigo, por que nenhum amor que eu já vi passar irá me preencher como o seu me preencheu.Três anos sem te ver, e ainda me lembro, você estava sentado ao meu lado, lá fora fazia um pouco de frio, e você usava um suéter preto que cobria suas mãos. Eu te encarei sorrindo, e eu me lembro do seu sorriso doce em retribuição, aquele sorriso que eu em vão procurei em seus novos lábios.Então eu esperei que tivesses algo mais do que um simples entusiasmo. E todos os tempos em que eu escrevia em meu diário, as melancólicas palavras como uma carta de despedida, era por que eu sabia, a cada dia era um adeus.Então, vou olhar para estas estrelas, provavelmente não pela última vez, e recordar. E mando as lágrimas para este céu escuro de sonhos, um lugar onde posso descansar.


senha do meu tumblr (asrai-a-limine.tumblr.com): aves-rarae

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Desisto.

Sabe, eu queria tanto explicar por que eu lutei tanto para não desistir. Mas é tão difícil exprimir minhas emoções para alguém incapacitado de senti-las, ou compreende-las. A dor da desistência mostra minha incapacidade de tomar atitudes corretas e demonstrar as verdades que eu não consigo fazer. E eu teria tanto para fazer se eu pudesse com clareza. E agora que eu provei meu ponto e descobri que estava certa, esta certeza que me corrói me deixa incapacitada de tomar outra atitude, a não ser suportar minha auto-mutilação.
É terrível a previsibilidade da mente humana, principalmente quando levo em consideração o fato de que eu estou correta, e até em minhas apostas mais altas eu acertei comigo mesma. Eu sempre acerto este ponto pré-determinado. E isso também se torna previsível em todas as relações que eu travo com seres humanos.
É um dos riscos de adentrar a mente, como você deve saber.
Agora sentir todos os efeitos, e chorar por todas as arestas da minha própria decisão é a única medida a ser tomada. E isso condiz tanto com minha personalidade falha que se torna uma repetição do teatro já montado em minha mente.
Mas não é o sofrimento que me incomoda, e sim a ausência de máscaras para comigo mesma e tudo aquilo que eu terei que fazer. E a dignidade nunca foi meu forte. Mas a destruição sim.
Você bem sabe que depois de tantos infortúnios eu me tranquei dentro deste pequeno palco de ilusões. E arrisquei até a última gota do meu sangue, e o sangue pesa.
Mas para bom entendedor meia palavra basta.
E minhas máscaras estão sempre caindo e se quebrando conforme mudo o roteiro em minha mente. A verdade é que não existe mais verdade. E tudo vai acabar exatamente como estou prevendo. Isso é irritante e reconfortante ao mesmo tempo.
Eu não quero nada do que eu disse que queria. Eu sou o espetáculo teatral que me ensinaram ser.
Porém eu sinto, dentro de padrões e normas estipuladas por mim, eu sinto.
E isso que isso vai quebrar muito em breve.